A declaração mais sincera
Sem este eu não seria eu.
Já tentei abandonar,
Já tentei diminuir e controlar,
Mas nada há que me faça cessar.
Esse vício vil, meu doce pesar.
Ao acender, a brasa quente e viva
Aos olhos enche-me de prazer.
A fumaça que trago me preenche,
Preenche-me com todo amor.
Jamais haverá declaração tão sincera,
Esta que faço é de coração,
De condenações ao pulmão.
Mas que grande bosta,
Estou a morrer pelo deleite.
Tu cigarro, se acabas,
Fazes da minha vida um sombrio afeite.