Poema para (Des)esquecer

Só não esquece que eu amei. Sua voz, seu cabelo, sua barba ou sua pele. Aquele seu brinco.

Amei tudo o que foi vivenciado, tudo o que foi dito e tudo o que foi planejado ser vivido.

Amei cada pequeno detalhe, cada um dos sentimentos explícitos ou que ficaram por entre linhas.

Amei tudo o que me fez sentir, desde os risos bobos e friozinhos na barriga, até a respiração ofegante em meio à discussões banais.

Amei o fato de que com você eu pude ser o meu melhor, porquê com você, eu pude ser quem eu sou.

E o que eu não consigo deixar de amar, é quem eu seria ao seu lado, e quem você seria ao meu. E talvez seja essa a forma mais torpe de amar. De amar o que só existiu na idealização.

E em meio a tantos sabores e desamores, você ainda é a minha dúvida mais certa. Você que está onde eu deveria estar, você que se encontra tão perto e tão longe, você que sempre esteve aí.

E sem se importar ou pedir permissão, a vida sentenciou mais um fim para o que ficou carente de um começo. E eu também sentencio e te deixo voar. Não que você estivesse preso a mim. Mas esteve por muito tempo preso ao meu sentir e agora te deixo ir. E se cuida, por favor.

Só não esquece que você foi único, você é único, e todo o meu sentir também.

Maria Edla
Enviado por Maria Edla em 08/12/2013
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