BANQUETE DA CARNE

Amor servido no banquete da carne

decretando entregas

ao despudor exagerado,

abertas as portas do palácio

a princesa nua sobre o centauro,

aquarrindo colossos

na vertigem apaixonada d'ambição

o que se entende por história

quando a beleza desmente os fatos,

e na competição da Ordem contra o Selvagem

a sereia puxa do sorriso o punhal,

sangrando o prazer na latitude do fogo

quando o grito doce do querubim

dissolve o aço

ao sentir a magia na cintura da mulher,

quando a dança é o ritual do fascínio dos Céus pela Terra,

porque o acasalamento prova

que o auge é primitivo quando tudo funciona,

por isso encontro na sua carne a solenidade e a louca devoção,

pois o navio sobe pelo luar aonde o resultado da viagem

é a volúpia dos amantes pela eternidade despida de oração