NÁUFRAGO AMOR.

Um certo dia

tua saudade morrerá

a lua minguará,

o oceano mareará

e meu pranto cessará.

Já tenho cabelos brancos

como as areias da praia

onde deixei mais que pegadas

à procura das respostas

que você nunca desembarcou

sobre meu amor.

Decidi não cultivar rugas

elas escondem verdades

sobre as tais buscas

que fazia em teu olhar;

barco a contra-mar.

Verde é o mar

escuro é o teu olhar;

profundo é o abismo

que jogaste meu amar;

longo é meu pesar

Sobre tua cegueira

trõpegos bêbados

á beira do amor

pisando nas frases

que te escrevi

sobre as espumas do mar.

Contemplo agora

as ondas a quebrar

onde escuto ecoar

as frases a ti ditas

em dias de abraços

onde fingias me amar.

E agora

como em outrora

és barco sem rumo

sem ré-mar.