PORTO SOLIDÃO.
Pouco caso
ou descaso,
são coisas do acaso;
os sim's criam alternativas;
e os nãos adversativas;
entre eles o vácuo
e a imensidão das dúvidas;
o eco se refaz
certo momento alguém caí.
Se a pergunta não tem volta,
o deserto se anuncia;
a chuva se distância;
e o vento levará
todas as lembranças
de outros dias.
Ficamos à margem
de um rio
chamado desespero;
com ondas de solidão,
um com os remos
outro com o barco;
sem solução.
Sentam-se e choram,
sem acharem uma saída;
pois as palavras que não foram ditas
edificaram o porto de suas vidas.
Ficam agora os dois
a espera de chegadas
e partidas;
e o silêncio se faz
no cais e na vida.