TEU ACENO ARRASTOU O MEU POEMA




TEU ACENO ARRASTOU O MEU POEMA
Silva Filho


Teu aceno arrastou o meu poema.
Teu aceno arrastou minha razão.
Se a vida para mim era dilema
Hoje vivo no dilema da paixão.

Com palavras tu fizeste enxurrada
De carinhos docilmente esculpidos.
Minha verve se curvou... escravizada
Aos pretextos que estão enlouquecidos.

Conseqüentes dessa sina – os meus versos
Vão seguindo carregados nas torrentes.
Se pedaços do poema vão dispersos
Um amor tem embrião pelas nascentes.

Teu aceno arrastou o meu poema
Teu aceno arrastou meu coração...


Se meus versos se perderam nesta senda
Estão eles no fabrico duma lenda
Que transforma o poema em canção.