Rastro do que se foi

O rastro do silêncio que sua despedida

deixou é ensurdecedor.

Comparo-te , então , a uma ventania

sem propósito ou previsão , que no fim da tarde

perturba os cabelos das moças andarilhas

do calçadão.

A culpa ... culpo meu coração ,

pois é teimoso e cheio de manias loucas.

Músculo carente que traz para si sempre a

presença complexa , querendo me fazer FELIZ.

Sobre essa epidemia me deitei e adormeci.

Neste inerte sono me perdi no tempo ,

virei vento e sai ao encontro dos tais cabelos.

Foi quase impossível retornar, e quando enfim voltei ,

ali estava sua despedida , acenando para mim ,

me dizendo quem eu sou e sorrindo pelo caos

que virei sem ti.

JBorsua
Enviado por JBorsua em 30/03/2013
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