Caminhada

Embora eu tenha uma fome voraz pela vida

Por viver...

Tudo em minha volta exala efemeridade

Canções soam em meu ouvido

Aflorando em mim a certeza do pouco tempo que tenho

Que temos...

Percebo que cada dia que passa

É um dia a menos

Para sonhar...

Realizar...

Viver...

Não pensem vós que sou fatalista

Apenas constatei em minhas elucubrações

Que nesta vida de demasiadas incertezas

E abundantes inquietações

Não temos garantias...

E tampouco podemos precisar quando a vida irá extinguir-se!

Podemos inventar mil maneiras de adiar o fim iminente

Mas é certo que um dia ele virá

Fazendo ruir nossos castelos de certezas absolutas...

Agora estou vendo uma luz brilhar no horizonte distante...

Em breve sei que ela desaparecerá sem deixar vestígios

Quisera eu dizer-lhes que poderei contemplar esse espetáculo outras vezes

Mas proferir tais palavras seria insanidade...

Leviandade...

Estou caminhando a passos lentos...

Mas precisos...

Conscientes...

Seguindo a lealdade do meu coração de sonhador

Meus olhos agora estão projetados pro infinito

Onde não há amarras...

Limites...

Tal qual seu Criador

Isso eleva a minha espiritualidade

Engrandece-me...

Nessa vida de finitude

Fundi-me com o Infinito

Caminhei deixando pegadas pelo chão

Para quando eu não mais existir

Aqueles que vierem após mim

Possam saber que ali passei...

Fazendo valer o que tenho de mais precioso:

O agora!

Izan Lucena Lucena
Enviado por Izan Lucena Lucena em 02/01/2013
Código do texto: T4063612
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