CONFISSÃO

Safei-me dos desesperos do mundo... Por um segundo respirei a paz... Num encontro aberto com o dialeto... O reflexo do meu ego veraz... Caras e bocas diante o espelho... Meus desatinos vieram me assustar... As sombras temáticas da fé ajoelharam aos meus pés... Numa súplica divina encarei o sonho de ser feliz... Soletrei versos outrora enferrujados, desbotados pelo tempo... Num dueto santo com meus sentimentos... Desenterrei o amor... Meu riso insano chorou de alegria... Senti a cura da ferida... Palavras guardadas vieram apelar... Meus olhos vermelhos voltaram a brilhar... Tirei o do céu um contentamento... Pisei no secreto colo da Deus... Acertei os relógios dos meus erros... Borrifei um perfume novo... Costurei minhas desilusões nas orlas do sol... Hoje eu limpei meu coração... Lavei os vestígios do fracasso... Pintei o retrato da felicidade... Reencontrei minha sombra encolhida... Falei da vida aos meus botões... Sem pressa e sem estupidez ouvi minhas dúvidas... Adverti meus problemas tão simples e soberbos... Ensinando-os que não são os únicos... Sai na escuridão dividindo o meu riso... Somente para lutar sem ser vencida... Hoje dormi ao relento somente para doar meu leito... Derrubei o muro das lamentações... Entrei na terra do otimismo... Fiz das cordas vocais... Minha oblação... Só para revelar a mim mesma que te amo!!!

Poesia Marisa Zenatte