UM ANJO
Quando um anjo
Perde uma de suas asas
Passa a rodar em círculos
Como um ser humano pesado
Na sua consciência
Sua essência o sentencia ao pecado
Ele vem resgatar sua leveza
Seu outro lado que ficou na gravidade
Sua outra asa para a felicidade
Sua outra metade do outro plano
Sua sintonia sua pranificação
Sua estrela guia seu coração
Para que se cresça em sua levedura
Não secarão suas verduras
Como o fazem
Os que se regozijam
Com os falsos amigos
Que como a gordura no fogo
Em fumaça se desfarão
Mais viemos por ocasião
Para nos tornarmos completos
E na poesia deixar de lado a hipocrisia
E ganhar leveza em sua androginia
Levar para a mansão dos vivos
Onde o sol habita entre os homens
A sua pureza infinita
Que ele recupera dentro de seu
Mais profundo eu infinito
Contido no seu amor
Tão puro como a luz do sol
Que a tudo comanda
Como se fossem olhos
A raiar o meu dia
Lanternas do meu caminho
Berçário que nos embala
No mar ardente da poesia.