SEM RIMA 160.- ... amor e nada ...
Atribui-se a Júlio Dantas a frase
"O amor nasce de quase nada
e morre de quase tudo". Atribuição
e frase, serão ou não serão certas,
porquanto outros afirmam
que, exprimida em francês,
foi dita por Saint Exupéry.
Ainda (e não percorri toda a rede)
pessoa parece dizer que essa frase
foi por ela lançada ao mundo
(mas são cousas "enredadas"...)
Seja como for, vamos ao caso:
Verdade grave sem dúvida enuncia
essa frase: Ela ou ele, humanos,
enterram em coração inconstante
em corpo contingente, a semente
mínima do amor...
Essa semente, tempo indeterminado
depois, converte-se em árvore imensa,
a que os pássaros da satisfação acodem,
em que aninham e felizes se reproduzem.
Mas é árvore delicada,
tão delicada, que pode mirrar
por causas e motivos fúteis...
Não obstante, há pessoas que incompreensivelmente
prolongam e alargam o amor por sobre qualquer obstáculo,
mesmo e sobretudo quando a pele e a carne e as forças todas
se lhes tornaram murchas, faltas de viço, libertadas de qualquer vício.
Acontece nessa idade
já tristemente dissolvida
que o amor se investe
na fortaleza melhor amurada.