EXPLICA, MARIA
Explica, Maria,
como não te desesperaste,
ao ver o filho que geraste,
ser cruelmente açoitado
e, depois, crucificado?
Explica, Maria,
a tua capacidade
de manter a dignidade
ao ver o momento final
daquele a quem dedicaste
o teu amor maternal.
Explica, Maria,
a tua serenidade
diante da crueldade
a teu filho infligida.
Como tu te aprumaste?
Como conservaste a vida?
Não, não há como aceitar
qualquer outra explicação:
aquilo que te susteve,
a força que te manteve,
foi Deus, no teu coração.
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RJ, 31/03/1012