A DISTÂNCIA
Eu trago canções de amor dentro da mala
a arma de um fogo bem precário
declarando o que só no passo fúnebre
ou na tirania vale lembrar
Nenhuma estrada ocupa o meu olhar até o soslaio
a distância é o desembesto de uma solidão
que se anuncia morta
desde a saudade festejada pela lágrima
É muito estranho mas o urubu é o anjo da ironia
a juventude que sobrou em mim dorme na rua
independente de costume ou dia
o amor me enriquece desobedecendo conveniência ou retórica
Porque só amando tanto na fúria do zelo
encontro lucidez e resposta
ansiedade nunca é atropelo
mas a minha chegada é o estabano molhado do amor
sorrindo o que há de esteio