Mas o que é o amor?
Sinto em mim o desejo instintivo do amor como algo inerente,
Não o ódio ou qualquer falcatrua que dele se origina e é.
Esse desejo é tão inevitável quanta força que me guia a viver,
Tão claro e preciso quanto comer ou dormir, ser o que é.
Mas o que é o amor? Pedaços de pedaços onde já pisei?
O hábito e mesmo a razão são como lavas devorando cadáveres,
Destroem o sentimento e a vida, mas o instinto ainda nos orienta.
Desses dois precisamos pouco para amar, e muito para se defender.
Mas o que é o amor? Uma força divina ou algo que inventamos?
O quanto poderíamos ter a grandeza de inventar tamanha nobreza,
Que é tão misterioso quanto à divindade o que o fez se faz e é.
Mas o que é o amor? Erros e acertos entre a virtude e o desdém?
Quão possa eu na minha mais humilde fraqueza de espirito dizer,
Que o amor nada mais é que o perdão absoluto, além de tudo e nada.
Perdão ao perdoar, perdoar a si mesmo e aos os outros.
Minhas palavras nada dizem de verdade a não ser o que sinto,
E a isso já basta para dizer o inefável sentimento chamado amor.