Que não seja distante que se torne intocável
Que o sonho tenha em si uma possibilidade
E o querer seja compartilhado na medida exata
Não se apague em instantes, mas seja presença
Que o fogo consuma de fato e queime o tato
E a chuva molhe até encharcar e escorrer mansa
Que a melodia seja também letra lapidada com esmero
E que a letra não perca a doçura da melodia entoada
Que seja tormenta, mas com desejo de ser apaziguada
E que a cumplicidade seja tesouro intrasferível
Que seja preservado aquilo que foi reservado para o infinito
Porque há brilhos que são visíveis apenas para uma espera
E algumas vezes é preciso ir ao inferno para entender o céu
Que haja a sabedoria do coração, que a razão não alcança
Pois há o que se diz levianamente, mas há o indizível
Que é comungado apenas na intimidade de um só desejo