NA AURÉOLA DOS SEUS OLHOS

Estava contando meus passos e me lembrei daquela noite,

O desespero ainda tocava lentamente meu rosto,

sentia a densidade da escuridão

Entre as pequenas peças do tabuleiro.

Recordei das tantas marchas, das tantas batalhas, entrincheirado heroicamente.

Fugia desesperado da luta dos bravos.

Salguei minhas feridas, cicatrizei minhas chagas atrás de algum subterfúgio.

Então, calai-me para amargura passar.

Naquele dia entre a multidão de pecadores, você se fez presente.

Sorrateiramente, percebi minha imagem refletida na auréola dos teus olhos.

Sorri, ao sentir sensação incomensurável do velho vento que há tempos não soprava.

Por essa razão, mantenho – me em pé.

Não quero mais perfilar nas filas dos caretas, nem definhar nos círculos dos derrotados.

Já cortei meus calcanhares, na esperança de reluzir outra vez tua presença

Tentando recolher os cacos de sanidade, que por você não me fiz enlouquecer