QUEM CUSPIU MEUS VERSOS DE MEL?
Esta vida de escrever poema
Às vezes tem lá seu dilema
Mais fácil é escrever o poema
Do que resolver o dilema
Pedi ajuda ao besouro
Com tamanha delicadeza
Voava baixo,pousava no chão
Persistente rolava o seu tesouro
Pedi ajuda ao passarinho
Pequenino, mas com destreza
Ajeitava seus ramalhetes
Para aninhar-se com sua princesa
Pedi a ajuda a todos os animais
Silvestres, selvagens e pensantes
Ouço um zumbido dentre os imortais
Tratei de coroar a abelha rainha dos animais
Ela sussurrou no meu ouvido
Algo sério e saiu zumbindo
Dilema esclarecido faltava findar o poema
E pegar de volta meus versos de mel
Passei a noite imitando a abelhinha
Peguei açúcar,adocei a alma e comecei a tecer
Eis que um moço elegante disfarçado de elefante
Prestou-se a este terrível papel:
Sem experimentar meu afago
Desdenhou, pisoteou e cuspiu
Amargou os versos e engoliu o fel
Na amarga mente poetisa não produz mel
Deixa estar moço atrevido!
Ainda vai ler meus sentidos...
Tua roupa será rasgada
Tua imagem revelada!
Teu corpo será mordido e tatuado
Será ferroado até ouvir teu gemido
Caso não suporte tanta dor, implore!
Devolva os doces versos e terás o meu amor!