QUEM CUSPIU MEUS VERSOS DE MEL?

Esta vida de escrever poema

Às vezes tem lá seu dilema

Mais fácil é escrever o poema

Do que resolver o dilema

Pedi ajuda ao besouro

Com tamanha delicadeza

Voava baixo,pousava no chão

Persistente rolava o seu tesouro

Pedi ajuda ao passarinho

Pequenino, mas com destreza

Ajeitava seus ramalhetes

Para aninhar-se com sua princesa

Pedi a ajuda a todos os animais

Silvestres, selvagens e pensantes

Ouço um zumbido dentre os imortais

Tratei de coroar a abelha rainha dos animais

Ela sussurrou no meu ouvido

Algo sério e saiu zumbindo

Dilema esclarecido faltava findar o poema

E pegar de volta meus versos de mel

Passei a noite imitando a abelhinha

Peguei açúcar,adocei a alma e comecei a tecer

Eis que um moço elegante disfarçado de elefante

Prestou-se a este terrível papel:

Sem experimentar meu afago

Desdenhou, pisoteou e cuspiu

Amargou os versos e engoliu o fel

Na amarga mente poetisa não produz mel

Deixa estar moço atrevido!

Ainda vai ler meus sentidos...

Tua roupa será rasgada

Tua imagem revelada!

Teu corpo será mordido e tatuado

Será ferroado até ouvir teu gemido

Caso não suporte tanta dor, implore!

Devolva os doces versos e terás o meu amor!

TERÊ ARCELES
Enviado por TERÊ ARCELES em 06/10/2011
Código do texto: T3261179
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