Os Seios de Tereza

parem tudo... deixem passar...

qualquer coisa movente

cesse agora o movimento:

deixem, deixem passar

os seios de Tereza.

enlouquecem-me a loucura

desvirginam os meus sonhos

corrompem meus juízos:

são eles agora e sempre

os seios de Tereza.

insinuação da beleza

essência da magia

fruto jamais proibido

cartilha da santidade

são os seios de Tereza.

feitos para ninguém

não se emprestam ao toque

não se vendem aos olhos

são gratuitos ao poeta

os seios de Tereza.

assexuados, divinos

encerram toda idéia

crucificam pulsações

apagam os tesões

os seios de Tereza.

só eu sei toca-los

só eu para amá-los

só eu para entende-los:

quero, preciso, não vivo sem

os seios de Tereza.

não são para os mortais

nem homens nem mulheres

só os deuses se apaixonam

e não murcham nem flacidam

os seios de Tereza.

são meus vãos e nervos

conduzem sensações

purificam meus desvios

eternizam meus desejos

os seios de Tereza.

só eu sei – só eu sinto

só eu quero – só eu entendo

só eu posso ser – só eu posso ter

antes durante depois eternamente

os seios os seios e os seios

os seios de Tereza

Carlos Fernandes
Enviado por Carlos Fernandes em 18/12/2006
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