Brindar

Entre o palco e a escura platéia.

Brilha como a mais nova descoberta,

Estrela dos meus sonhos adormecidos.

Entre os espelhos do camarim e a cortina,

Muitos foram os espetáculos adormecidos,

Sob os aplausos silenciosos do meu coração.

Entre saudade, vontade, e minha idade,

Ergo a taça do desespero de não te ver mais,

Ainda cego pelo mágico encanto do teu olhar.

Entre o vinho e o veneno sendo indiferente,

Entrego-me na dúvida de ser início ou fim,

No aconchego de uma sempre espera.

Entre a inércia e o vazio deste tempo

Desenho, antes de qualquer desaparecer,

Espada afiada de um samurai sonhador.

Faço agora rasgar a cortina entre você e eu,

Podendo então brindar nossa última felicidade,

Com o mesmo vinho ou veneno que é a vida.

Jaak Bosmans 9-06-2011