Serenata ao Luar

Era uma bela noite enluarada

No pico da colina a lua se elevava

Ofuscante em cor de prata

E sem pressa circundava.

A vereda por onde eu passava

Raios de luar a lhe beijar

No céu a estrela D’alva brilhava

E a alvorada anunciava.

O silêncio predizia a madrugada

A dormir a minha linda amada

Um cavalo branco eu montava

E ligeiro na relva galopava.

Chapéu quebrado na testa

Pensamentos de paixão a fluir

A mata verde se prateava

E a luz no caminho me guiava.

Meu cavalo branco brilhava

O galope me empolgava

Apressava meu desejo em beijá-la

E de cantar para acordá-la.

Meu companheiro violão

Na forma de seu lindo corpo

Nos meus braços eu apertava

Cúmplice da minha paixão.

Os dedos as cordas afinavam

Num frenético dó-ré-mi

Pra cantar antes do sol raiar

E vê-la antes da lua partir.

A relva era molhada

O vento frio soprava

Trazendo pelo ar sereno

O cheiro de amor em paixão voava.

Ali perto um perfume exala

Corações apertados a pulsar

Olhos a lacrimar de emoção

Lindos pensamentos a cruzar.

Numa declaração de amor

Canções pra minha adorada

Poemas de amor a declamar

E a emoção do meu cantar.

Seus olhos a me fitar

Os acordes a lhe despertar

E eu a lhe contemplar

Com uma música a lhe saudar.

Com a boca molhada

Um beijo escondido

Um cravo ofertado

Um boa noite sussurrado.

Na linda despedida

Um olhar insinuante

Um longo aperto de mão

Todo desejo satisfeito.

Ao longe, um aceno sedutor

Um beijo eu soprava

A melodia eu lembrava

E a vontade de voltar me dominava.