PRISÃO

 
 
 
Aprisionada por seus muitos medos,
 
encarcerada em sua solidão,
 
guarda múltiplos segredos
 
nos desvãos do coração.
 
Em cada canto intocado
 
do seu mundo resguardado,
 
esconde até de si
 
o que não diz por aí.
 
É difícil admitir
 
o que sua alma deseja,
 
a liberdade que almeja, 
 
e a que tenta resistir.
 
Como deixar aflorar
 
a sua ânsia de amar,
 
se vive uma vida nua,
 
onde só resta sonhar?
 
Como pode se livrar
 
da crua realidade
 
e da cruel verdade
 
que vive a rodeá-la?
 
Aprisionada, espera
 
que em alguma primavera,
 
venham, enfim, libertá-la.
 
 
*****
 
RJ, 21/06/11