O casal de pombinhos

O casal de pombinhos transa no terreiro,

Faz um som estranho, depois sacode, sacode,

Em festa faz um circulo quase geométrico,

Em seguida uma reta e some no céu.

O casal de pombinho só volta no outro dia

Pela manhã e em arte com as asas curvadas ao descer,

Em festa no quintal põe-se a cantar,

Em seguida bica e engole o milho para sobreviver.

Esse casal de pombinhos ao meu olhar parece fantástico.

Depois de comer reúne-se no telhado ou na floresta do meu ser.

E aí, se reanima, torna-se poesia ao anoitecer e rima no alvorecer.

Oh! Alça vôo como alguém que pretende ir além do infinito

Já não é mais pássaro causador de enfermidade nem faminto,

Devorara todos os insetos que minha mente poluíam

No ar sabe escrever seu nome com as palavras mais bonitas

Mas depois me bate a solidão dilacerando o peito sem dó

Alguém que me acariciava com o casal de pombinhos se foi,

Tendo escrever dizendo que amo a vida com intensidade única

Da criança que um dia na vida meu ser também foi

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 12/11/2006
Reeditado em 12/11/2006
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