Ecos na Imensidão

Cortinas brancas esvoaçantes ao vento dominical

De um azul cantado ao céu em doce tom celestial

E nada além de esperanças desesperadas na sala vazia

De um castelo alto por sonhos, tua ilusão construída

Minhas ásperas mãos arranham minha fonte

Entre outras coisas, há uma que talvez eu não te conte

Antes da tua providência eu tinha a ciência

De que ferozes, viriam os répteis de tua abstinência

Um fantasmagórico órgão ecoa na paz da manhã

Do mundo branco, que mastiguei em tua maçã

Proibido fruto absoluto, imperecível e bruto

Razão obscura e absoluta do meu luto

Não há mais mar, não há mais dor, amor sim

Por fatos e não fotos de que terremotos causaste em mim

A realidade tornou-se apenas um eco na imensidão

Da eternidade que em minha cidade tornou-se solidão

Intransponível caractere fraqueja perante o sol

Aprimorando sensações praticamente junto ao arrebol

Noites que ganham as manhãs rompendo o clarão

Ostentando estrelas anônimas na vastidão

Provenientes de tuas pragas interiores

Despreocupado, alcançam-me teus práticos rancores

Praticamente estampados em teu próprio firmamento

Ainda que catastróficos, permanecem sem fundamento

Rei de paus, coroa, carvoeiro, padre, bispo

Entrelaças teu objetivo pensamento no visto

Passaporte único de ida por humana ser

Importando-se quase unicamente em sua forma de entender

Outrora, em frágil aurora de raios tímidos

Contorcendo-te saudosa em teu inebrio libido

Chama meu nome com os olhos fechados

Girando entre os mundos por ti criados

E o domingo, enclausura a saudade no teu peito!

Enquanto envelheço perante o espelho

Das águas turvas a qual batizas os teus

Ideais sinistros de um incompreensível adeus

Deixando ecos na imensidão...

Alex Fernando
Enviado por Alex Fernando em 30/11/2010
Código do texto: T2644605
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.