Sentidos Não Sentidos

Na densa neblina da tua indecisão

Meu coração dispara balas de prata

Refletindo nas luzes do teu clarão

Perdendo-se na madrugada...

Centelhas curvas de fogo abrasador

Alcançam as estrelas no delírio do desamor

Punhais e adagas voam sem destino

Zombando a vida em seu zumbido

Sobe cálida a ânsia por teu beijo

Que agora eu sei que não mais virá

Tenho os olhos na fresta, mas não vejo

Nada além do que me queres mostrar...

Gotas de sangue na água cristalina

Mancham lentamente em movimentos

Tortos e circulares, a pureza da vida

Que me falta em dados momentos

Relâmpagos e trovoadas tempestuosas

O vento varre as folhas desejosas

Em novos ares, em novas eras

Do que sonhavas ou do que eras – quimeras!

A alma cavalga louca gritando rouca

Pelos campos do além em vestes outras

Que o amor é sentido...

O vivido é o que dá sentido!

Cálices dourados, botas de couro

Teu vestido branco e brincos de ouro

Nobreza vã que não reflete ao interior

Pobreza sã que não me torna superior

Voando entre sentimentos entorpecidos

Sinto-me não sentindo os sentidos

Respondendo longe, além de onde estás

Dormindo pesado com teu sorriso sagaz...

Sussurro antes de sair:

“Eu te amo!”

Alex Fernando
Enviado por Alex Fernando em 12/07/2010
Código do texto: T2374065
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