Madrugada na Cidade

Os inocentes partiram

Mas deixaram aqui seus corações

Sangrando tudo o que sorriram

Em suas canções

Dormiram com o peito aberto

Como a sacada de um apartamento vazio

Sombras tortas no teto

E o vento sopra o assovio

Na madrugada infinita

Gostam de olhar pro céu

Estrelado como os cantos da vida

Cantando à sós, tomando a noite de aluguel

Orações e vulgaridade

O que é o real e o ilusório?

Perante as luzes da cidade

Tudo isso é provisório!

Podemos brindar teu belo corpo

E tua alma vazia

Mas não tanto quanto o copo

Que secaste enquanto sorria

A saudade em carne viva

Toma a forma de uma lágrima

Mero sal em forma cristalina

Encontra-se à boca ávida

Escrevo sobre a saudade

Sim, sobre a saudade viva que escorre

Pelas paredes, sem piedade

Inundando tudo o que encontre

A poesia dos faróis

E a canção que os pneus vão cantando

Pelas milhas que existem entre nós

E nossos pensamentos acampando

É o mundo dos amantes sendo invadido

Saqueado, incendiado, destruído

E o amor, impiedoso bandido

Enfim, queimando-nos vivos!

Alex Fernando
Enviado por Alex Fernando em 24/05/2010
Reeditado em 24/05/2010
Código do texto: T2277501
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