O poeta é o homem fora do homem

O poeta evita sanções.

Salta à risca do impossível, confronta-se com seu próprio contraste de ser,

O ser que mais questiona e menos faz e refaz.

O poeta força sentidos.

Traz aguçado no seio inovador a esperança de um trovador, a viagem de um náutico perdido.

Trata-me pois como poeta Menina?

Não deverias!

Sou-te o homem que a carne feriu,

Sou-te o célebre machado de lâmina afiada que cortou seus sentimentos.

O poeta Menina é o ser que não erra,

Se erra fez-se poesia do erro.

Trata-me pois como poeta?

Deverias talvez reformular as fórmulas do já está pronto?

Deverias pensar no passado, como se esse fosse nosso eterno futuro?

Trata-me pois como poeta Menina?

O poeta evita, força, bajula e nunca erra.

Eu não sou poeta,

Sou sangue do mesmo sangue que na sua carne caminha.

Trata-me pois Menina como homem,

E assim serei muito mais certo do que o certo que queres de mim.

Felipe Vasques
Enviado por Felipe Vasques em 26/08/2006
Reeditado em 27/06/2017
Código do texto: T225410
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