Nossos botões
Cibele Carvalho
 
Quando abrimos os botões
 de nossas roupas, apressados,
nossos dedos se confundem
com os abraços trocados.
E são braços, mãos e bocas
que se tocam e se fundem.
A nossa busca ansiosa
por nossos corpos amados,
faz-nos trilhar caminhos
ainda não conquistados.
E buscamos novos rumos,
antes não experimentados.
Mas nada disso nos basta
e a paixão nos arrasta
e nos leva de roldão.
Dir-se-ia,  força bruta
 - como lava de vulcão.
E o fogo nos consome,
esquecemos nosso nome,
perdemos a identidade.
Isso é amor? Não sabemos!
Mas é paixão, de verdade!

RJ, 04/05/10