Mãos sem luva
Só para andar de mãos dadas
eu soltei minhas mãos,
tirei-as dos bolsos empoeirados
e deixei-as provarem
da perigosa liberdade de amar.
Livres para se prenderem,
ansiosas por grades
que as fizessem tremer, suar
as deixassem sem rumo
num lindo, novo mergulhar de vida.
Quando tuas mãos leves
chegaram de maneira breve
e como luvas vestiram as minhas,
tão lindas, elas se amaram
delicadamente se amarraram.
Passearam por lindos jardins
viram luas e sóis estonteantes
perderam a noção dos instantes
tontas no labirinto das horas
e agora abandonadas não sabem
voltar aos bolsos de outrora.