Silêncio - parte II

Conto com tua proteção visto que tu és minha única forma de apoio. Não quero jamais pensar na insegurança do abandono. Não saia daqui!

Ontem, senti meio que sem querer, as ardentes centelhas do teu ciúme queimar meu coração. Confesso que, por um instante a vaidade tomou conta de mim. Senti-me indivisível e absolutamente seu, propriedade intocável sua. Quisera eu romper teu silêncio através de um beijo demorado e ouvir de tua boca deliciosa que, realmente sou teu. Quisera dizer-lhe sou seu favorito! Se assim for, leve-me pra qualquer lugar e possua-me com teus olhos, aperte-me com suas mãos macias e cheirosas. Cante para mim qualquer canção, até que eu adormeça abrigado em teu colo quente feito menino carente.

Quando eu pegar no sono me olhe com paixão, me toque com seus lábios, me cubra com seus cabelos. Não deixe que eu sinta o frio da noite. Fique me olhando até eu acordar! Proteja-me do incômodo da solidão! Se estiver dormindo e se for contigo não temo a agressão dos pesadelos noturnos. Nada me aflige!

Ainda dormindo quero sentir teu calor, provar do teu alimento através deste cordão imaginário que não se rompeu. Quero lembrar-me dos tempos de placenta, da minha vida uterina, onde o prolongado tempo de gestação me guardava das crueldades que estaria por presenciar neste mundo de ninguém.

Ainda em silêncio, prolongue meu sono com teu aconchego e, com a maciez de tua pele me faça bebê feliz. Retarde em mim este contato inevitável com este mundo cheio de injustiças. Não suportaria ver-te sofrer as torturas impiedosas da vida sem poder

Prestar-te socorro.

E se eu chorar, me seque com suas mãos! Não me negue seus carinhos! Teus afagos me sustentam e me impulsionam para desejar vida longa.

Quero me acostumar aos teus prazeres sem me importar com os meus. Sentir-me abraçado todos os dias e amar-te mais e mais, curtir os traços do teu rosto, olhar as curvas de teu corpo enquanto deslizo minhas mãos sobre teus cabelos.

Quero beijar-te por inteira, sem estar apreensivo com o tempo lá fora. Se houver chuva, sei que me abrigas em teus seios para que eu não ouça o ímpeto dos raios cortando o céu escuro. Se houver sol, deixemos que a luz dos raios, ilumine-nos durante o dia. Se houver frio, esperamos passar o tempo debaixo do edredom para não ver sequer o movimento dos ponteiros do relógio. Minha vida é você! Quero estar contigo o tempo todo! Amor! Somente a insensível morte cheia de indiferenças, seria capaz de cortar-me o peito com suas flechas agudas, e me ver sangrar jogado ao chão ermo e frio. Mas a morte é apenas um brinquedo esquecido por nós e que não queremos lembrar...

Deddy Antonio Izottoric
Enviado por Deddy Antonio Izottoric em 21/03/2010
Código do texto: T2150482
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