Bom dia...Boa tarde...Boa noite...

Um toque eletrônico,

um não. Dois...

Dois corpos, dois toques,

no teu telefone,

no meu celular.

E, assim silenciosamente

dizer-nos: Eu te quero,

eu te gosto, eletricamente

meu amor...

Bom dia !

pela água fria

que cai do meu chuveiro,

pelo trabalho (sem futuro)

que me espera.

Pelo copo de café.

O dia agitado, repleto de gente.

Só nosso amor,

despertou suavemente...

Boa tarde, princesa !

de um ponto qualquer

desta cidade, te ligo

e, digo obcenidades

via embratel.

Fio a fio, corpo a corpo

mente a mente,

luminosos vocábulos indecentes

ficas louca, me deixando louco...

Boa noite...

Na distância que separa

nossas línguas,

ficamos na saudade

e, dormimos sós.

Só nos resta sonhar com o aroma

de amarelos girassóis.

Com o som azul

que brilha nos meus olhos,

e, a cor viscosa do teu sexo...

Álvaro Francisco Frazão.