O Beijo da Serpente

Insetos invasivos são meus dedos entre os seus cabelos

Puxando e arrancando como se estivesse colhendo

Em um campo, flores do mal

E o vento forte se confunde com os seus gritos

O sangue embaixo das minhas unhas é tão nobre

Como a terra que se esconde nas mãos do jardineiro

E assim me dedico a tornar seu corpo vivo e florido

Tal uma rosa, em chamas, vivo, vermelho

Os meus dentes se alimentam da sua carne

Cravando-se no banquete que você me proporciona

E seus pedidos de misericórdia soam como música para os meus ouvidos

Minha sede é saciada na concha úmida que verte

As águas mais doces que a ambrosia dos deuses

Afinal o seu teatro de dor é quase real

Contudo o seu sexo excitado não mente

E assim selo nosso amor com um beijo

Minha Eva, sou sua Serpente

José Rodolfo Klimek Depetris Machado
Enviado por José Rodolfo Klimek Depetris Machado em 10/03/2010
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