No todo que me sou

No todo que me sou

Até quando serei esta massa retraída

Com tantas marcas nesta face traída

Sem nunca encontrar a saída?

Até quando terei de mim apenas passagens

De nunca me ter em alegres estiagens

Voltando ao mesmo ponto após tantas viagens?

Quem vem lá me oferecendo mais

Como em leilão de grandes ais,

Que me torna o troféu de tantos finais?

Quem me deseja com meus segredos

Descobrir-me entre tantos rochedos

Onde me escondo de todos os meus medos?

Pra que dividir-me em tantas partes

Fatias de desejos, pedaços descartáveis,

Se neste todo é que me sou?

Jaak Bosmans 23-09-09