Silêncio e poesia

Há um verso mudo em mim,

que de repente irrompe

feito o sangue que corre

febril pelas veias.

No silêncio que tece a

madrugada, o barulho solene

do relógio traça no tempo

um percurso visível

somente a um sentido.

O que há em mim é

o curto espaço do fio

tênue que separa a

realidade do sonho e projeta

no sentimento as

dores adormecidas no passado.

Construo versos que andaram

à deriva e escassos na

retina opaca que reveste de

melancolia os

resquícios de outrora.

Há em mim, nesse fragmento

de tempo e nas cinzas

das horas, apenas

silêncio e poesia.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 19/09/2009
Código do texto: T1819364
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