menina vadia ou poema monótono

"o poema pode ser monótono,

mas a poesia nunca será átona"

aquela menina vadia

que eu sinto falta de dia,

de noite na cama vazia,

no meio de alguma agonia

ou mesmo de uma fantasia,

lavando o copo na pia

aquela menina vadia,

que vale mais do que devia,

me enche a barriga vazia,

me afasta da melancolia,

me traz depois a nostalgia,

tristeza e também alegria

aquela menina vadia

me ouve com sabedoria,

me mostra que a vida me espia,

num jato de água fria

me fala o que eu não sabia,

me assanha e depois silencia

aquela menina vadia,

que é só uma gota macia

que a minha sede sacia,

me invade com a sua ironia,

dizendo que eu não saberia

dizer se ela é a poesia

Rio, 09/07/2009

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 10/07/2009
Código do texto: T1691841
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