AUSÊNCIA

A tua ausência me faz poesia.

Não a poesia do verso, da forma,

Não a lírica que se sustenta em rima,

Mas a poesia que por dentro transforma

Alto-astral em baixa estima.

No equinócio de setembro não mais há estação

Levaste as flores

O cromatismo das ervas

Levaste o sol

A tua ausência é uma voz noturna

É um sujeito indeterminado

Dentro de uma oração profunda

De um suplicante afortunado

Deixaste dentro de mim

O verbo “levar”

Antes, os meus olhos eram horizonte

Hoje, Olhos conjugados e tristes no presente

A tua auséncia é atemporal

É um verso de amor

Sem ponto final

lucheco
Enviado por lucheco em 28/05/2009
Código do texto: T1620135