Jardins do Silêncio

És a rosa vermelha de espinhos mais pontiagudos

Que já pôde nascer no meu jardim

Com a beleza reparável em segundos

Mas sempre sangrando em meus jasmins...

Feri-lhe a selvagem beleza

Sem intenção, arranquei-lhe uma pétala

Na morada de um viajante

Namorada de um viajante

Sangra lentamente teu perfume

Inunda-me as narinas suavemente

Avassaladoras sensações e ciúmes

Que dirigem-me ao teu subconsciente

Eu ainda circulo em tuas veias, é fato!

Tenho nutrido as pétalas que restaram

E amolado a lâmina do meu assassinato

Embora tu me tenhas negado

Sinais de fábrica ressoam

Do meio da fumaça das alturas

Jardins que mais puros já foram

Antes que carbonizassem as ruas

És o bálsamo que agrada os reis

És a tabula sagrada das minhas leis

A agonia sufocada de um refém

Indefeso de um amor que vai além

Além dos limites dos olhos

Mesmo que sejam da alma

Jamais verás ao certo os sonhos

Que plantam-se com calma

Minha rosa de sangue

Carne, osso e cabelos

Que lançam-se na tarde

Sem importar-se com meus erros

Diante de meu castelo encantado, teu jardim, minha rosa... Teu viajante!

Alex Fernando
Enviado por Alex Fernando em 01/04/2009
Código do texto: T1518092
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