Escolhas

Sou como a criança

que, insegura, dá seus primeiros passos.

Meu coração palpita ansioso no vazio

que existe entre o sentir e a razão.

Tento não pensar...

Tento calar no peito

as palavras de dor que me perseguem...

Saio pelo vento,

flutuando em tua alma,

orbitando o teu espaço...

E nesta solidão que se avizinha,

deixo aquietar, convenientemente,

o mar das minhas dúvidas...

Na complexidade dos pensamentos,

antíteses desconexas,

vou tentando viver a simplicidade de cada amanhecer;

vou tentando sobreviver

das migalhas que faíscam de teus olhos,

pão que sutenta a alma

e a minha alegria de viver...

Por vezes penso em desistir;

mas meu egoísmo,

latente estado de antecipação,

insiste em meu calvário.

Queria mostrar-te a beleza infinita

que me cerca o sentimento,

mas toda a fala é muda

e teus olhos, cegos...

Quero acreditar, então, que vejas

com a sensibilidade que te aflora;

entretanto, vejo quedar,

na puberdade do teu tempo,

minhas esperanças...

O que me reserva a estrada?

Não sei... quem sabe?

A escolha foi feita

e lancei-me na roda da vida...

Se flores ou espinhos, agora já pouco importa....

Não há volta,

apenas um longo caminho pela frente

em que, espero, contigo possa contar;

em que, ao menos, tua amizade me seja

o conforto na exata medida

para que eu possa

continuar caminhando.

Sol Galeano
Enviado por Sol Galeano em 18/01/2009
Código do texto: T1391238
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