O ÚLTIMO CLARIM

Ao meu amigo irmão JOSÉ FRANCISCO TORRES.

(Zezé de Mané Lulu)

O ÚLTIMO CLARIM

Lentamente o dia está findando

e a noite em escuro breu aos poucos está chegando,

o sonho meu evanescente, comigo anoitece,

sem luar lindo que enalteça o dom de viver somente.

Que uma angelical luz minha alma doente liberte,

Clemente me faça sorver uma última taça

E com graça em pensamento insano adormeça,

Da morbidez sem vez nesta hora derradeira,

A paz verdadeira me faça sentir clareza,

Em aceitar meu gosto pela morte

Ao som de um clarim distante.

Nasci em um recanto onda a vida floresceu

Buscando viver na escuridão de mente avulsa

Onde ninguém jamais conseguiu entender,

Nem eu mesmo apesar de mil tentativas

Jamais libertei tantas sobras de vida

Em minha alma gótica enfim remida

Criei meu pequeno mundo e nele me instalei,

Minha lei me fez desistir de sonhar, .

Com zeloso ímpeto em guardar segredos,

Mortal degredo que agora procuro me libertar,

Nestas horas últimas em mortal leito,

Não irei fazer enlouquecer os outros, nem tampouco

Este meu ser que fenece em ideal frenesi

Tranco-me febril porque ninguém entenderia

Quem fui nem quem sou...

o que nem eu mesmo posso entender....

Simplesmente entrego-me a Deus somente. Ver menos

clira
Enviado por clira em 05/12/2021
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