Todo dia é dia do amigo

A Joilson Santos Alexandrino

e a todos os meninos

e ao Gil, através dele,

guerreiro, vencedor,

como os que um dia fomos.

Meninos sonham

e todos nós sonhamos.

Ao Flori e à necessidade de sorrir

mais e muito.

À toda paz que a amizade inspira,

transmite e não admite ciúme.

Ao Nunes manga. Nunes miojo.

Mazinho, num cantinho do meu coração.

Paka, meu irmão.

São muitos os irmãos que tenho.

Celso, Gerson,

não o canhotinha,

mas que joga futebol.

Jorge bole-bole e não é mole viver.

Agostinho, cicerone no pantanal

e a seu irmão Pires,

mas eu prefiro o copo.

Piu-piu e quem não curtiu

o frajola?

Antonio Assunção

e seu pai, Pedro.

Não tenho medo

e sei que um dia

vamos nos reencontrar.

Jesus, Rosaldo,

está a salvo,

mesmo com um nome tão esquisito.

Henze, do narigão.

Paulo sardinha.

Loiola e não é boiola,

apenas uma aproximação

de palavras parecidas

e a vida sem calor

deixa sem valor a lua.

Andrade e a dificuldade

de se deixar agarrar.

Sonhar como sonhamos,

Ricardo, meu compadre.

Covarde é todo aquele que não acredita em si.

Dulcinalvo, Isaac, Valdimário, Fernandinho,

cada qual com sua batida

de limão ou Lima.

Jairo, o Elesbão.

Inácio, o ET,

tão estranho quanto,

mas digno ao extremo.

O cabeção, Pontes,

numa ponte até o Ceará

e a José Manoel Pascoal,

também de lá.

Dávila, dádiva e dívida.

Mesa de sinuca na Sala,

em Passira.

Gaspar e Dimas,

em rimas diferenciadas.

Di, da barrinha,

e ao Lulinha e ao quanto lhes devo.

Airies, que não é de Buenos Aires

e nem do signo de aires é.

Ao menino Roberto,

independentemente da minha filha.

A ilha prefere a companhia

do arquipélago.

Ao Benício ou Briguesso e a seu violão,

nossa infância e minha inveja,

pelas cordas que nunca desatei,

mas amei, amo o seu som.

Ao Colombo, quilombo, historiador.

Não o cunhado, o amigo,

pois o nosso umbigo

fica no meio da razão.

Não me atrevo a lembrar de todos

e me reservo o direito de esquecer alguém,

mas quem sabe um dia,

num livro,

eu não me estenda mais.

Gostaria de ter sido amigo

de amigos que eu não conheci

ou conheci, convivi,

sei lá.

É difícil de explicar.