FUGA
Buscava nos livros
os lugares onde não ia,
os amores que não vivia,
a vida desconhecida,
diferente da sua vida.
E assim ela seguia,
dentro de outra vida
por seus sonhos, construída.
Vivia a doce ilusão
da sua imaginação,
pois viver a realidade
não era permitido, então...
Naqueles tempos já idos,
deixar aflorar libidos
era coisa proibida
e aquela que o fazia,
virava mulher perdida.
Hoje, também é assim,
mas em escala menor
e motivo diferente...
O sonho se faz presente
pelo príncipe ausente,
pela crua realidade,
por ausência de liberdade
por um amor já fugido,
e até por um proibido.
Muda o tempo, muda a hora,
mas hoje, assim como outrora,
a mulher ainda continua
a fugir, a cada dia,
da sua vida tão crua.
RJ, 06/04/11