Projeto DO EROS AO BOLERO

A meta de 2017 é de termos muitos projetos.

Começaremos com o projeto DO EROS AO BOLERO.

Uma mistura maravilhosa de poesia erótica com cultura popular.

Curtiu? Acompanha e vem com a gente!

Poesia é.

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Livre-me dessas vestes... Eu quero te ouvir!

Livre-me sem pudor... Eu quero te sentir!

Livre-me sem pensar... Eu quero te cantar!

Livre-me dessas vestes... Eu preciso rodopiar!

Havia um homem cantando em minha janela.

O rastro de poeira deixado por suas palavras invadiu-me as narinas.

Quanta melodia... Quanta poesia. Mas por que o homem cantava para minha cortina?

Abri uma fresta desconfiada e o homem ali sentado cantava.

Levantou os joelhos e girando como louco aplaudiu a si mesmo.

Vieram a chuva e o vento.

O homem cantou baixo... Raro momento.

A água invadiu-lhe as canelas e o vento atirou seu chapéu sem dó ao relento.

Era abril.

Era maio.

Era nada.

Não importa.

Abri a porta e vi o homem.

O homem parou e voltou a cantar.

Do lado de fora disse que iria ficar.

Mas que teimoso, não?

Canta... Canta... Canta... Canta!

Alguém gritou, mas não foi visto.

Os pés se moveram em círculos perfeitos, gingado capoeira e levantaram mais poeira.

Noel aplaudiria, a Marques iria parar para vê-lo. Mas para que tanto exagero, se ele somente cantava:

"Se alguém antigo hoje me visse aqui, o que ele pensaria de mim?

Eu não volto para minha terra nem no primeiro avião que partir!

Aqui a gingado é mais do que gingar e viva sempre a cultura popular.

Abram alas e as vestes, pois o eros também vai sambar!

Livre-me dessas vestes... Eu quero te ouvir!

Livre-me sem pudor... Eu quero te sentir!

Livre-me sem pensar... Eu quero te cantar!

Livre-me dessas vestes... Eu preciso rodopiar!"

Até a próxima do projeto DO EROS AO BOLERO.

JBorsua
Enviado por JBorsua em 05/01/2017
Reeditado em 05/01/2017
Código do texto: T5873076
Classificação de conteúdo: seguro
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