BELO ROSTO E NEGRO CORAÇÃO
BELO ROSTO E NEGRO CORAÇÃO
I
Fabíola, era o teu amor
Que me embalava,
Que “tirava espinhos,
Só flores deixando”
Em meu caminho,
Que me dava
Forças para viver.
II
Musa minha,
As maiores loucuras
Eu faria ao teu lado
Para ver-te feliz!
Iria lá, ao Paraiso de Deus ,
Onde o Astral Divino,
Dialoga com seu Criador!...
Seria Sansão, mesmo que tu,
Formosa Dalila,
Pensasses em decepares
As minhas madeixas!...
Não me punho às queixas!...
Tudo eu faria pelo teu amor!
III
Minha louca Josefina,
Como és a minha sina,
Contigo eu fugiria
Para a onde bem quisesses ir...
Não me importaria
Com teus devaneios!...
E nem com teus
Sonhos de grandeza,
Cuja realeza
Muito te seduz!
És qual a mariposa,
Que voa para a luz,
Ansiando por glórias!...
E, doida, queres
Ver o mundo, ao teu
Porte majestoso, se curvar!
Se não satisfeita ficasses,
Muito mais eu faria:
Disporia as mais belas
Flores dos Jardins Suspensos
Da Babilônia,
Só pra ver-te sorrir!
E lá, das Constelações Celestes,
Pegaria a mais bela estrela
E a teus pés poria!
IV
Tudo eu faria: Seria Romeu,
Cujo amor imenso
Meu peito abrasava,
E só me contentava
Em tê-la em meus braços,
Em ternos abraços
Pronto para adorá-la,
Pra sempre amá-la,
Não temendo a sorte
De uma ingrata morte
Por envenenamento,
Ou de um golpe fatal
Do teu punhal!...
Tudo eu faria,
Se tu me amasses...!
Mas, não!
Tu me foste aquela,
A fingida donzela
Por quem inocentemente
Deixei-me seduzir
Com o belo rosto!...
Que pra meu desgosto,
A tua linda face,
Era um disfarce
Que embuçava
No peito teu --
Um negro coração!
Foge, messalina,
Pois a minha sina,
Não é ser acorrentado
A um amor malfadado,
Que hoje felizmente,
Arranquei do coração!