Menina Lendo à Janela - Caroline Von Der Embde - 1850-1855. Imagem: Google
À JANELA
Não ficarei muito tempo
Debruçada a esta janela
A colher dor e relento
Vendo passar teu mal-querer.
Não despetalarei a flor
Transida de ansiedade
Para saber se a tua saudade
Virá ou não me acolher.
Fecho as janelas com gosto,
Deixo a paisagem vazia
E deserta, onde um dia
Eu fui feliz em viver.
Abro as portas para o sol
E acolho a vontade de ser...
Ah, paisagem do desgosto,
Hoje, te deixo morrer!