Sem medo de ser feliz

quero com meu medo

atropelar o medo que o medo é

como uma locomotiva

feito um caminhão

quero com meu medo

pilotar kamikazi

e me atirar sobre a vida

quero com meu medo

declarar o sentimento

e salvar o amor

quero com meu medo

sem medo da prisão

assassinar a culpa

quero com meu medo

covarde das minhas batalhas

enfrentar a bala

quero com meu medo

com medo do amor

vivê-lo com paixão

quero com meu medo

com medo da paixão

guardá-la com amor

quero com meu medo

acabar com o medo das alturas

quero pular de pára-quedas

quero com meu medo

soltar a palavra

e libertar de vez o poeta!...

quero comer o medo

digerir cada pedaço

cagar e andar sobre ele

e nunca!...

perder o medo

de um dia perder a coragem

e voltar ao medo

que é medo só

Nota: de quando me angustiava, como homem bruto, ter e compartilhar os sentimentos e principalmente, por aceitar a caneta como pão e permitir me chamarem e me dizer, poeta. Tantos passaram e ainda passarão, tendo que encarar esse medo...Dedico esse poema a todos os poetas que encararam a luta contra si mesmos e hoje pintam, esculpem, cantam e dançam suas palavras, em corações alheios. Dedico à Fernando Pessoa - "Alvaro de Campos" e "Tabacaria". Em especial, dedico a você, poeta Afonso Rego, meu amigo Afonsim, que me convidou para este espaço e para a feliz surpresa de lhe conhecer, também, corajoso irmão em letras e amante das palavras. Período 2002-2008.

Cassio Poeta Veloz
Enviado por Cassio Poeta Veloz em 10/12/2013
Reeditado em 17/08/2016
Código do texto: T4606131
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