O BORDADO
 
 
 
 
Sempre foi, na vida, cautelosa;
 
procurava tecer a sua trama
 
como a bordadeira extremosa
 
tecia os bordados da ama.
 
Tinha cuidados de mãe zelosa
 
e fazia os pontos perfeitos,
 
para que, como pétalas de rosa,
 
houvesse suavidade nos efeitos.
 
Mas de repente, sem poder controlar,
 
a novos pontos foi se lançando
 
e deixou sua mente criar.
 
Percebeu que a beleza da vida
 
não deve ser planejada
 
- resolveu que dali para frente,
 
deveria viver... mais nada!
 
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RJ, 03/11/11