Quase todas elas gostam
De um lenço estampado
Na cor vermelha de lado
Pois foi seu passado inglório
Naquele seu mundo simplório
Nas garras dos gladiadores
Nos tempos abrasadores
Desde os tempos de Noé
Nem sequer havia cabriolé
Era um mundo de horrores
 
Hoje está bem melhor
Nem tampouco pra todas elas
É pelas tantas esparrelas
De quem cai na contramão
Quando erra leva empurrão
Do casamento mal feito
O qual nem sempre sai direito
Às vezes parte pra uma enrolação
Não encontrando o perdão
É uma partida sem efeito
 
Tem delas hoje políticas
Dando broncas nos tribunais
Outras têm apego a jornais
Mas aquelas da Literatura
Vai ao porto da ternura
Remexendo com os genes
Ignorando as tangentes
Das mentes processuais
Onde cada um é capaz
De parecer um Demóstenes
 
Outras dizem pra que criar
Coração no pé da barriga
Pois não sabe que o diga
dar para lhes aperrear
Chora que chega a pingar
Atrás de uma cabeça nua
E quando é nessa Lua
Ela dará até de graça
Se achar um que lhe faça
Do cabaço duas cuias
 
Essas não têm salvação
São as garotas da rua
No universo que ela flutua
Logo alí aparece o gigolô
Prometendo-lhe um bangalô
De bela, mas falsa moradia.
Elas são tidas como vadias
Entretanto Jesus tinha seu lema
Gostava mesmo de Madalena
Dando-lhe certa mordomia
 
Mariele Franco foi-se embora
Milícia ou polícia, o povo sabe.
Esperamos que a casa desabe
E essa Damares eu acredito
Que nem Ela nem o Mito
Nem vai mesmo botar moral
Naquele terrível lamaçal
Lá no estado do Rio de Janeiro
Onde navega o dinheiro
E todo dia é um novo Carnaval!