DIA DO POETA NO ESPELHO
DIA DO POETA NO ESPELHO!
Às vezes eu acordo rocha
Estalando e rachando de energia do sol
Isso , quando não caibo em mim
de alegria!
Quebro-me e estilhaço-me
em canções e versos
e as poesias se escrevem nos rastros
de tudo que começo
Às vezes, no entanto
esse começo me interpela
e me manda o meio
só pra que eu veja
que nem sempre a vida é bela
Tudo bem,
vamos meiar
Pelo Divino
Passo, então a meditar
Encontro-me com ele
bem no centro de um rivotril
que nunca tomei...
“Bagageio-me” jogada
por entre pistas molhadas
de tudo que desejei
do que temi, do que achei,
E de toda apatia que rejeitei
Ainda sou
Coisa
destroçada
dentro dos braços das minhas indecisões
E os céus chovem em mim
Dizendo
que viver é mesmo assim
E que tudo um dia terá um fim
Não entendo de linguagem
Brinco com palavras
Só por malandragem...
E termino não sabendo o que se irá finalizar
Serão as lágrimas em rio
Que irão secar?
Ouque eu não terei tempo de nadar
antes do fim chegar?
Nunca fui de ter respostas
As perguntas me perseguem!
Olho então para esse turbilhão
E pergunto lá no espelho:
Poeta , o que é nesse mundo
falso, e o que é verdadeiro?
Machucando e cremando
todas as minhas ponderadas razões,
sai alguém pulando de dentro de mim e diz:
“Cala a boca, Hoje é meu dia,
Morte e vida, tudo é poesia!”