AS DUAS MÃES

Numa igreja se encontraram

duas mães em certo dia;

Uma entrava, e nesse instante,

Toda cheia de alegria,

Orgulhosa e triunfante,

Levava junto ao peito,

Um filhinho a batizar.

Outra, a infeliz que saia,

Levava um filho também...

Oh! Mas essa pobre mãe

Levava um filho a sepultar !

Cruzaram-se, a poucos passos,

A que trazia nos braços,

Cheio de vida e conforto,

O filho dos seus encantos,

E a triste, amparada em prantos,

Que seguia o filho morto !

Trocaram ambas o olhar...

Nisso a mãe afortunada

Foi que rompeu a chorar;

Enquanto a desventurada

Que o filho tinha perdido,

-- Oh, maravilhas do amor !

No meio da sua dor

Sorriu ao recém-nascido!

SOULARY, ou Joseph Marie Soulary, autor do poema acima, poeta francês, (1815 – 1891), quase não é conhecido nos dias de hoje. Uma pena! Foi um dos percussores do movimento parnasiano e sensível pessoa pelo seu tempo, sua gente e seus sentimentos. As imagens da sua poesia remetem quase sempre ao amor ao próximo e aos bons sentimentos.

Vale procurar pelos seus poemas no Google, em sites franceses.

O próprio google ajuda a traduzi-los; e a sua cabeça, posta a funcionar, o auxilia a compor o entendimento ao português.

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Obrigado pela leitura.

Feliz dia das mães.

maio/2016