Salve a consciência negra por todas as nações
Sou negro monte
Luz e cor
Brilho que vem
Do horizonte
Sou luta pela vida
Sou a sua mais pura metade
Sou caminho ao encontro
De toda a verdade
De um tempo que ainda
Acorrenta o passado em troncos
Sou as argolas do sofrido quilombo
Sou também as candeias
Que ilumina os velhos casarões
Das aldeias
Sou seu gemido de dor
Aonde jorram pingos de sangue
E lágrimas
Sou com a sua licença da palavra
Sonhos de liberdade
Que ainda que tardia
Vive ao redor dos vales
E das grandes cidades e vilas
Sou também a indignação
De um antigo sonho
Que move as nações
Pela igualdade
Sou o seu suor
Sou o gemido
Sou o seu grito
Entre tantos por ai
Sou a sua vida
A sua história
Ainda gravada
Em fatos, fotos
Em memórias
Sou a sua própria ação
Nos rostos cansados
Das irmãs e irmãos
Salve a consciência negra