Pele Negra
Na sua pele negra escrevem-se os versos
Na expressão de seu negro sorriso, a poesia.
Poema construído á duras penas, na pena nagô.

No insight de quem admira sua beleza negra.
Na foto que o flash captou, plena de ébano
No recorte de uma história, no déjà vu,

Na ancestralidade aflorada nos traços,
No sonho de uma etnia,
Nas conquistas dos Palmares. Nos ais Pelourinhos...

Em toda manifestação de interação
De sua negritude, de seu axioma
Com o meio, com as ideologias de raças.

Com o veio desse sangue negro que banhou o chão praça,
Que marcou caminhos com pés de moleque
Com o cheiro que lhe exala da alma crioula,



Com a vida, que lhe faz graça e molejo
Na graça que natureza traça
Eu lhe festejo nos pigmentos de sua beleza nata...

Vem dos porões dos navios negreiros às senzalas
Da escravidão à exploração sexual da mulada
Pelas mãos ainda hoje, escravocratas...

Tudo é poesia escrita à sangue e suor
Tudo é canto ou pranto de dor...
Uma saudade, um banzo, um canto da cor.

No mistério de seu desterrar das muitas áfricas,
Na riqueza de sua beleza - Beleza negra.
Na sensualidade de sua melanina.

Escreve-se na pele negra, sua história
Decodificada em braile por minhas mão
E em bela visão, por minha retina...



Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 20/11/2012
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 20/11/2012
Reeditado em 26/06/2014
Código do texto: T3995316
Classificação de conteúdo: seguro